domingo, 22 de março de 2009

Namastê...



Voltei para dar vida novamente ao blog.

Não tenho muito que falar sobre o abandono, o motivo vocês já sabem.

Onde paramos??? Estou um pouco perdida e não sei por onde começar. Bem... Depois da temporada de Desfiles em Milão e a ida a Paris para o desfile da Louis Vuitton, viajei para a Índia, isso mesmo... Índia!!!

Tenho tanta coisa nova pra contar, novas experiências e coisas que nunca imaginei que fosse ver na minha vida.

Peguei o vôo de Londres para Nova Délhi com a companhia aérea Air India, muito boa, diga-se de passagem.

Estava em Paris e logo depois do desfile da LV fui para o aeroporto pegar o vôo para Londres e de lá pegar o vôo para Délhi. O problema disso tudo foi que o tempo entre a chegada no aeroporto de Londres e o embarque para Índia era muito curto. Geralmente precisamos chegar ao aeroporto, em vôos internacionais, duas horas antes do horário previsto para o vôo e eu tinha apenas 25 minutos. Posso dizer que foi o maior “perrengue” que passei em um aeroporto.

Quando chegamos em Londres a primeira coisa que eu fiz foi dar uma olhada no relógio, vi que tinha apenas 25 minutos e decidi apressar o passo... Estava seguindo as placas que indicava a direção da área de conexão, o caminho foi longo e perdi uns 5 min nesse trajeto, que para mim já era sagrado. Em 20 minutos o avião decolaria...

Finalmente cheguei à área de conexão e vi que teria que mudar de terminal, pedi informação e me disseram que teria que pegar um ônibus para ir para o terminal três, e isso levaria uns 10 min. DEZ MINUTOS? Sim... Eu não tinha outra escolha, comecei a ficar tensa e pedi para entrarem em contato com a Air Índia avisando que estaria a caminho. FEITO.

Chegando ao terminal desejado, dei de cara com uma fila enorme, era a fila para “security”, ou seja, a famosa fila do raio-x (que eu odeio). Obviamente não poderia enfrentá-la e tive que pedir ajuda ao mocinho simpático que ficava na frente organizando a fila, ele entendeu que eu estava mais que atrasada e me deixou “furar a fila”. Agora me restavam apenas 10 minutos, que foram desperdiçados por uma policial que decidiu revistar a minha mala de mão. QUE FALTA DE SORTE!!! Ela estava com uma cara péssima, de quem não tinha comido o dia inteiro e estava de saco cheio do que estava fazendo... Pedi com muita gentileza para ela ir mais depressa e que meu vôo sairia em 10 minutos... A resposta que ela me deu foi tão ridícula que nem vale a pena escrever aqui... Tive pena dela e a respondi com um sorriso de orelha a orelha, isso a deixou ainda mais infeliz e os 10 minutos que me restavam foram pro “beleléu”.

Peguei minha mala e saí correndo, ate finalmente chegar ao balcão da Air India para pegar o meu ”boarding pass” e não encontrar ninguém a não ser uma placa escrito “CLOSED”. Poderia ficar pior? Naquele momento todas as esperanças que eu tinha de embarcar para Délhi, por menor que fossem, tinham evaporado pelos poros... Minha reação foi dar uma gargalhada, em outros tempos eu choraria, mas acreditem, isso acontece constantemente com as modelos. E apesar da minha raiva de ter me esforçado tanto e não ter conseguido, me conformei e sabia que tudo aquilo não tinha acontecido por acaso, por algum motivo desconhecido eu não poderia entrar naquele avião. Minha vida melhorou muito depois que adquiri essa teoria, vocês deveriam fazer o mesmo. Nada acontece por acaso!!!

Respirei fundo e sentei no chão, em cima da minha mala, a mesma mala que há alguns minutos atrás tive vontade de jogar na cabeça de algumas pessoas...

Bem... Não me restavam muitas alternativas, tentaria remarcar meu vôo? Ou ligar para agencia em NY? Mas que horas são em NY? E o fuso horário? Veio-me um turbilhão de perguntas na cabeça.

Ouvi de longe um homem gritando “Air India flight blá blá blá...”. Pensei comigo: “Quem não arrisca não petisca”, levantei do chão, agora sem correr e fui ao encontro desse homem, parecia ser indiano e tinha um bigode bem engraçado, ele tinha nas mãos uma pasta da Air India e estava bem apressado. Perguntei se ele estava chamando os últimos passageiros do vôo para Délhi e ele disse que sim e pediu para ver meu boarding pass, mas como poderia pegá-lo se a loja da Air India estava fechada? Ele disse q seria muito difícil embarcar sem o cartão de embarque, mas que mesmo assim eu tentasse. Então mais uma vez sai correndo ate chegar ao GATE 27, esse eu não esqueço nunca mais. Não foi diferente do que eu imaginei, eles disseram que sem o cartão de embarque não poderia embarcar e que eu deveria ter chegado ao aeroporto duas horas antes...

O embarque está encerrado, mas as portas ainda estão abertas. Última tentativa, chorar.

A última vez que chorei em um balcão de companhia aérea funcionou, decidi arriscar. Depois de muita concentração vieram as lágrimas, água com açúcar, lenço, cadeira e alguém para segurar minha bolsa.

Foi mais fácil do que eu imaginava, em menos de três minutos já estava com o meu cartão de embarque nas mãos e alguém do lado levando minhas malas.

O alívio veio de imediato assim que coloquei os pés no avião, eu nunca fiquei tão feliz dentro de uma aeronave.

O avião decolou...

A viagem para Índia parecia inacreditável, não conseguia me imaginar nesse lugar, nunca pensei em ir para Índia, estava muito longe da realidade.

Fui a trabalho, fotografar a nova campanha da marca Ports 1961. Foram cinco dias no total, três dias fotografando, um dia para ir e outro para voltar. O bom disso tudo foi que mesmo trabalhando tive tempo de visitar vários pontos turísticos, fazer compras e tirar fotos. A Índia tem uma arquitetura tão diversificada, é tão linda que nem parece real...

Sem falar que durante esses cinco dias trabalhei com pessoas maravilhosas, foi bem gostoso...

Bem... Cheguei a Délhi e pisei pela primeira vez em solo indiano, no aeroporto percebi a falta de algumas reformas e quando sai senti o verdadeiro cheiro da Índia, lixo e chulé.

No caminho para Agra conheci o que é um verdadeiro trânsito caótico, não é nada comparado ao de São Paulo, na Índia eles não tiram a mão da buzina UM MINUTO sequer. Foram cinco horas de viagem e de muita poluição sonora. Fizemos uma parada na estrada para fazer um lanche no Mac Donald’s.
O que é nojento para vocês? Achar um cabelo indiano no seu sanduba? Pois é, fui premiada com um logo no meu primeiro contato com a alimentação do lugar. Quando me falaram que a Índia era um lugar sujo imaginei que seria como Hong Kong ou Shanghai, mas nada comparado a esses. Não que o Brasil seja uma maravilha de limpeza, mas o grau de imundice é outro. Vacas, macacos e muitos, mas muitos cachorros nas ruas, esses animais se alimentam do lixo que fica espalhado na cidade. A impressão é que a Índia nunca passou por um processo de saneamento básico, nem mesmo o básico do básico.

Fiquei cinco dias em Agra e foi o bastante para mudar a “imagem” que eu tinha sobre a índia. Apesar de tudo que falei aí encima, citando alguns pontos sobre a sujeira, poluição e etc... Não tenho o intuito de passar uma imagem negativa sobre o lugar.

Essa viagem à Índia me fez repensar alguns conceitos. Apesar de toda pobreza e sofrimento eles são felizes, são pessoas que sabem dar valor as coisas mais simples da vida, e estão felizes com o pouco que tem. Para mim foi mais que uma experiência de vida, os cinco dias que passei em Agra conhecendo um pouco da cultura do lugar me fez rever os meus valores, presenciei momentos que me deixaram emocionada e muitas vezes tive que me segurar para não chorar. Acredito que essa viagem fez muito bem para mim, me tornou uma pessoa melhor, com uma visão diferente sobre a vida, do que nós realmente precisamos fazer das nossas vidas, saber vivê-la, saber o que é viver.

Agora ficou em mim a lembrança marcante da Índia, que jamais será apagada.

Fica também a saudade e a sensação de ter deixado um pedacinho de mim naquele lugar.

Parece um sonho...

Beijos,

Bruna.









quarta-feira, 18 de março de 2009

Vogue Brasil, March 2009








Ph: Jacques Dequeker



'"2009, Uma Odisseia Fashion"

Havaianas e muita água gelada para aguentar o calor desértico de um sábado de sol em Jacareí. A dupla Jacquer Dequeker e Giovanni Frasson dá aula de composição de imagem e iluminação (literalmente cinematográfica!). Bruna Tenório mostra a que veio e dá um show de interpretação. Ela entra no personagem como só as tops sabem fazer. E os assistentes observam orgulhosos a desenvoltura do trio, em perfeita sintonia.

Luz, câmera e ação: entre tecidos naturais e tecnológicos, como em uma mistura de “Pinóquio” e “A Bela e a Fera”, a garota dá vida ao robô. Um trailer prateado, um robô gigante, uma bandeira metálica e restos de um mundo que já não existe mais. O futuro é árido. E não esquece o passado: para lembrar, uma legítima máscara de oxigênio alemã, da Segunda Guerra Mundial para as páginas de Vogue Brasil, edição de março.

Destaque para o vídeo. Não é um making of, é um editorial em movimento, feito com uma Red, câmera de cinema digital que tem uma qualidade incrível - o Steven Meisel, hoje em dia, filma seus editoriais com essa câmera. E usa os frames como suas imagens de moda. A imagem que abre o editorial da Vogue Brasil, inclusive, é um frame do vídeo... Fato inédito no Brasil. A assinatura é da Cavallaria Filmes. Play!

http://www.cavallaria.com/



Por Roberta Germano.

Para ver o vídeo: http://rgvogue.ig.com.br/rgtv/

segunda-feira, 2 de março de 2009

Editorial / Vogue China



Vogue China March 2009 Beauty
ph: Liz Collins